quinta-feira, julho 21, 2005
Chão que pisamos

Quem nunca olhou para o chão que pisa, não sabe por onde caminha, e não conhece os hábitos fúteis de toda a gente. O chão diz de quem lá esteve, os cigarros cravados entre as pedras, falam de impaciência, contam histórias de encontros desencontrados e de esperas intermináveis por alguém que nunca chegou.

Para mim, fumar é dos actos mais sensuais que existem.

E alguém que nunca chega, é como um pedaço de céu que não tocamos por escassos palmos de magia. Desdiz-se ser falta de sorte, ou banalmente, azar. Mas faço-me acreditar, que não será algo tão meramente ocasional a definir uma correspondência de sentimentos gigantescos.

Alguém que não chega, são as rotinas de que somos feitos, o quotidiano que nos rege os pensamentos com a imagem sempre presente, uma influência subtil no pensar. É o chão que pisamos.


"have you heard the shootin' at the old ghost twon? they say dreams die faster when you shoot all around.."

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pelo Miguel às 12:20 da manhã | aqui |


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