Iludidos pela mesma história de sempre. Um sorriso cativante leva a um querer estrondoso. Um olhar que perfura a alma mais sisuda, revolve sentimentos outrora trancados num baú de rimas perdidas. Mãos entrelaçadas que prometem mundos e fundos, saudade, dão segurança, desaceleram o ponteiro dos minutos, fecham os olhos e engendram outro cenário, mas as mesmas pessoas. Conversa despropositada. Monossílabos. Olhares próximos. Olhares fixos. Um riso. Os olhos fecham-se, mas os pensamentos cruzam-se. Será que pensamos no mesmo? Eu queria que fosse assim para sempre, não querias? Não fiz a pergunta, mas espero a resposta.
Uma história para recordar. O cheiro. O respirar. O calor nas mãos. O conforto de um abraço brando. Os corpos unos. Recorda-se um dia, numa noite qualquer. Com música. Com uma folha pautada, uma caneta, enquanto se engole a brisa ao relento. Fecho o caderno. Lençóis. Almofada. Abro agora o imaginário e dou azo às paredes para me absorverem, agora brinco com as palavras e dou-te porquês, para que entendas a dimensão dos meus sentidos. As outras palavras, as letras, ficaram vincadas numa folha, para relembrar.
Porque sou feito de memórias, vivo delas. E rejeito o hoje.
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Lembraste-me Toranja no título.
Miguel, já nem sei como te agradecer as conversas, tudo.
E acontece que me consegues também fazer ver o mundo por outro olhar.
Por sermos tão diferentes talvez consigamos perceber onde falhamos (constantemente).
E este texto é mais sentimento que alguma vez poderia ler de ti.
É tempo de arregaçares as mangas e levantares-te, bem sabes.
Obrigada pelo apoio, por tudo.
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