Quando à noite o quarto se cobre com um manto calado de incertezas, e quando a música parece que nos rouba as palavras, e quando cada palavra que ousamos libertar parece quebrar o vazio incomodativo, e percorrer todos os quantos do quarto, degolando qualquer forma de silêncio depreciativo, aí.. aí não existem amarras que nos prendam as lágrimas ao coração, não existem olhos que nos fotografem e julguem os sentimentos e muito menos existirá alguém que nos conforte a alma sobressaltada.
À noite somos só nós. Somos nós, diferentes do que mostramos aos outros durante o dia, onde a insegurança nos pinta um sorriso na cara triste, e canta gargalhadas onde outrora coabitavam suspiros e desabafos.
De noite somos nós. De dia pômos a máscara imposta pela sociedade caótica e egoísta, tentamos dar-nos ao mundo, sem que nunca nos percebam na nossa verdadeira essência.
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gostei especialmente da passagem em que dizias que a música nos rouba as palavras..
conseguiste ser fiel a todo e cada ser humano e à sua relação com a noite. presunções à parte, acho que Todos se podem indentificar aqui, contigo (comigo, também).
(obrigada por continuares a acompanhar os meus textos, mesmo, mesmo. vindo de ti é importante)
beijo, *