Caminho a teu lado mudo
Sentes-me, vês-me alheado...
Perguntas, sim ou não, não sei...
Tenho saudades de tudo...
Até, porque está passado.

Sim, hoje é um dia feliz.
Será, não sei, incerto
Num princípio não sei quê
Há um sentido que me diz
Que isto – o céu largo e aberto –
É só a sombra do que é...

E lembro em meia-amargura
Do passado, do distante,
E tudo me é solidão...
Que fui nessa noite escura?
Quem sou nesta morte instante?
Não perguntes... Tudo é vão.


Fernando Pessoa in Obras Completas


Traduz de um modo fidedigno aquilo que sinto. Brilhante.

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A claridão da luz do dia fez-me acordar naquela manhã. Tinha-me esquecido dos estores abertos quando estive à varanda na noite anterior, não tinha sono e decidi ir ver como estava a noite, bela como sempre, deixou-me envolver na sua beleza e ali passei uma boa parte do tempo. Tinha acordado, voltei a ir à varanda e o silêncio daquela manhã despovoada, inquietou a minha alma, e fez-me pensar porque é que a manhã é sempre assim, porquê? Tanto é amedrontadora, como bonita, mas eu gosto dela assim, parece que acordo melhor quando consigo ter um tempinho para uma conversa íntima, eu e ela, os dois, a sós.





A alvorada é de uma beleza muito própria e indescritível. Proporciona-me, a espaços, momentos do dia em que fico bem comigo mesmo. Quando me desligo desse mundo à parte, retomo a minha rotina triste, e todo o mundo volta a cair em cima de mim, fazendo com que tudo perca a sua lógica.

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É só para dizer que hoje é o dia mundial do Livro. Algo que ameaça tornar-se indispensável no meu banal dia-a-dia, e que o devia ser no dia-a-dia de toda a gente.

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A Noite passada dei por mim à janela a pensar em não sei quê. Ao fundo via as luzes da cidade agitada, mas naquele momento estava um ambiente tão tranquilo, que até temia quebrar o silêncio que ali se tinha instalado mais uma vez. Mas era a minha vontade, gritar, gritar desesperadamente, até ficar sem voz. Já não aguento mais.
O vento da noite irrompeu pela minha alma e tomou conta de mim, tornou-me pensativo. Tentei encontrar-me, mas em vão, os meus sentimentos não mudam, o que sinto não se altera com o passar dos dias.





É assim que eu a vejo, é assim que ela é, a minha confidente eterna. Sem querer menosprezar os meus amigos, confidentes de carne e osso.
Aquele sofrimento que teima sempre em voltar, quando ele volta, sei aonde ir, sei com quem ir ter, com ela, ela nunca me nega, está lá sempre para mim e para quem precisar dela.. Mesmo assim nem todos compreendem a sua beleza da mesma maneira, eu compreendo à minha maneira, e é assim que defendo que a vida era impensável sem um momento de reflexão só proporcionado por ela.

Ela, a Noite.

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A vida é um relógio estragado. Avariado por casualidades inevitáveis, e rodando ao sabor do tempo.. Um relógio que torna as nossas piores fases lentas e dolorosas, e.. naqueles momentos em que tudo nos corre bem, e naqueles momentos que queremos que passem devagar, quando damos por nós, já estamos sentados, sozinhos, num ambiente calmo e a recordar aquilo que custa tanto não voltar a lembrar. Às vezes sabe bem recordar esses momentos, porém, torna-se cansativo podê-los reviver unicamente na nossa cabeça, e aí o tal relógio faz com que tudo demore mais tempo a passar, torna tudo mais angustiante. Travo, desde há um tempo para cá, uma batalha inglória contra este relógio que me consome a esperança, dia e noite, sem tréguas. Anseio por dias melhores, em que possa ter orgulho em dizer que este relógio tem os ponteiros a rodar estonteantemente, por enquanto, apenas posso garantir que nada faz sentido para mim e que não estou bem aqui, aqui onde estou.





Os meus sonhos são esperas intermináveis por dias melhores.

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Bem, como veêm alterei o aspecto gráfico. Acho que assim está melhor, apesar de ainda haver alguma coisa de que não gosto, e que não consigo alterar, contudo ainda vou continuar a tentar mudá-las, pode ser que consiga..

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Só queria estar bem aqui.

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Não sei o que estou aqui a fazer. Não sei o que é que aquele ser omnipresente e sagrado que todos prezam, e que, supostamente, está lá em cima a olhar por todos nós, faz pelos seres que dizem ter criado.. É algo que não compreendo, e aparentemente nunca compreenderei, e apesar de ter sido criado com o intuito de acreditar nesse ser e em toda a sua benevolência, cada vez mais duvido da credibilidade de todas as histórias acerca dele, que me foram induzidas desde criança.

Estou completamente perdido, tudo desaba à minha volta.. A cada dia que passa o meu futuro está mais comprometido, é desmotivante. O meu sorriso vai desvanecendo, e cada vez menos o mostro ao mundo. Não quero sentir o que estou a sentir, e ao mesmo tempo quero.. Mas uma contradição nunca se faz lei num ciclo árduo como a vida. Só quero contar a toda a gente o que estou a sentir, sem qualquer preconceito, queria que todos entendessem o que se passa comigo, e que me compreendessem. Quero acordar os meus sentidos, e aproveitar os dias que me restam ao lado de alguém que me dê valor. Quero sorrir. Quero ser como qualquer ser humano quer ser, feliz.

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