Sentes-me, vês-me alheado...
Perguntas, sim ou não, não sei...
Tenho saudades de tudo...
Até, porque está passado.
Sim, hoje é um dia feliz.
Será, não sei, incerto
Num princípio não sei quê
Há um sentido que me diz
Que isto – o céu largo e aberto –
É só a sombra do que é...
E lembro em meia-amargura
Do passado, do distante,
E tudo me é solidão...
Que fui nessa noite escura?
Quem sou nesta morte instante?
Não perguntes... Tudo é vão.
Fernando Pessoa in Obras Completas
Traduz de um modo fidedigno aquilo que sinto. Brilhante.
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