sábado, dezembro 25, 2004
Saturado

Não gosto do natal. E não gosto disto que estou a sentir. Porque é que é sempre tudo tão igual? Independetemente da pessoa, e das minhas atitudes vou ser sempre assim? Vou sempre ter a este beco, de cujas paredes eu já conheço o traço, e de cujo chão frio já estou habituado? Preferia ficar para sempre lá fechado, e não mais voltar. Atingi o ponto de saturação máxima, já não suporto esta saudade alucinante daquela dia que nunca chegou.

À medida que estas palavras vão aparecendo no monitor, ao ritmo do bater dos meus dedos nas teclas, uma tímida lágrima aparece no canto do olho.
Tem de ser sempre assim?
Esta vida não pode acabar agora mesmo, este vazio por preencher não se pode simplesmente extinguir, auto-consumir-se de vez, e abandonar este corpo desfeito?
Não?

"but what can I say now?
it couldn't be more wrong
cos there's no one there
unmistakably lost and without a care
did we lose all the love that we could have shared?"

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pelo Miguel às 1:34 da manhã | aqui |


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