segunda-feira, abril 30, 2007
meia dúzia de centímetros quadrados

Todos têm o seu espaço. Percebe-se isso quando se vê os olhos assustados nas ruelas que se atropelam. Meia dúzia de centímetros quadrados a que nos cingimos, quando queremos só respirar sem ser olhados, é o nosso pedaço de mundo que mais ninguém pisa.

Hoje sinto que tenho mais do que essa meia dúzia, que me estou a dar tempo. No fundo, sei que sou o protótipo do rapaz assustado e carregado de cinzentos, que todos os dias questiona o aceitável. Sei que não sou razoável muitas das vezes que tento expressar sentimentos, desacredito tudo ao começo. Mas ainda acredito que estamos todos a mudar, a mudar para pessoas mais maduras, a crescer, porque é algo que não podemos mesmo simplesmente parar.

Mas estou bêbado de saudade



"I know you dream of saving me like I'm some plane that you could land. But when you fly you'll be leaving your man."

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pelo Miguel às 11:48 da tarde | aqui |


3 Comments:


  • At sexta-feira, maio 04, 2007 4:47:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    Não te sei explicar muito bem o quanto gosto das coisas que tu escreves.

    *:

     
  • At segunda-feira, maio 07, 2007 10:03:00 da tarde, Blogger Synne Soprana

    Eu hj tb estou carregada de cinzentos...

    Já tinha saudades de ler os teus textos...

     
  • At sábado, maio 12, 2007 6:20:00 da tarde, Blogger Saulo Chanoca

    Isto irá de todo parecer um comentário de agradecimento, mas conhecendo-me aos anos que conheces, sabes que não o é. Até porque não vou comentar nada, não há comentários possíveis ao que sentimos, sentimos ponto final. Antes os anjos, achava-los caídos, agora confessas-te "Além" e estás, além das asas que se partiram, por saberes que a realidade não deve ser aceite como se aceita o nascer e o pôr do sol, estás além amigo.

    Não venho, como é óbvio, agradecer um comentário a algo que tenha escrito, venho lembrar-te que para lá das rimas e dos vocábulos esotéricos (merda!), o tipo que tinha medo das reguadas da Maria Emília, o tipo que temeu a ira da Dona Beatriz (bah!), o tipo que recebia a chuva de perdigotos do Professor Lopes, esse tipo ainda é teu amigo e não existe para comentar, existe para ouvir e tentar pintar os cinzentos com uma côr um pouco diferente.

    Aqui fica um abraço para o amigo que há mais tempo conheço.