terça-feira, outubro 03, 2006
Dói demais

Dói demais viver este fado, viver este mundo ausente, e por si só, duro.
Temos feridas que abrem e re-abrem sobre a batuta de um coração desorientado, temos gentes pouco preocupadas em dar tempo ao tempo, que jamais necessitará dele.
Gosto de pluralizar, para estrangular a solidão que envolve cada palavra tratada na primeira pessoa.

Sabes que o relógio também não ajuda, parece que gira mais depressa que os outros, e que se orgulha quando me vê sem conseguir contar há quantas semanas não te vejo.

Desculpa estar sempre a evocar tempos passados, mas convivo com eles todos os dias, como memórias risonhas. Fazem-me sentir bem quando preciso.

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pelo Miguel às 7:31 da tarde | aqui |


16 Comments:


  • At sábado, outubro 07, 2006 12:23:00 da tarde, Blogger Walter

    Gosto do modo simples e sincero como te transportas para as palavras...gosto mesmo mt, mas isso ja tu sabes!E como percebo o que dizes!
    abraço
    walter

     
  • At segunda-feira, outubro 09, 2006 8:57:00 da tarde, Blogger Eleanor Rigby

    "Sabes que o relógio também não ajuda, parece que gira mais depressa que os outros, e que se orgulha quando me vê sem conseguir contar à quantas semanas não te vejo.

    Desculpa estar sempre a evocar tempos passados, mas convivo com eles todos os dias, como memórias risonhas. Fazem-me sentir bem quando preciso. "

    as verdades que tu escreves e que fazem parte do meu quotidiano! escreves historias de pessoas mas no singular, todos os que respiram este ar já sentiram tudo o que descreves!

    não somos ninguem sem o passado! e sobre as hastes dele que criamos o nosso presente e o nosso futuro!

    mto bom texto Miguel, mts parabens!

     
  • At terça-feira, outubro 10, 2006 8:43:00 da tarde, Blogger um cavalo ou um boi

    «Temos feridas que abrem e re-abrem sobre a batuta de um coração desorientado(...)», que bonito. (Se saiu de uma gravação a altas horas, tenho de tomar o exemplo!)
    Percebo estas palavras, sim. E quando digo que percebo as palavras de alguém, vem-me sempre à cabeça Fernando Pessoa com «E os que lêem o que escreve, / Na dor lida sentem bem, / Não as duas que ele teve, / Mas só a que eles não têm.» e as inúmeras vezes que estudei esses versos, as explicações da interpretação das professoras por vezes demasiado repetidas. Mas percebo as frases onde entra o "tu". Porque dou por mim e encontro-me numa situação parecida.
    E a dor de saber que já se teve... e o sentir-se sozinho que dói sempre mais quando já se esteve acompanhado... e os momentos que aparecem em forma de fotografias na memória que se apresenta lonínqua demais, já tão deturpada pelas emoções... e tanta coisa que já sabes e eu não devo cansar-te a contar...
    Beijinhos

     
  • At terça-feira, outubro 10, 2006 9:23:00 da tarde, Blogger Ana

    para mim a interligação dos três tempos (passado, presente e futuro) é que me permitem ser o que sou agora; tnh as memórias do passado, as vivências quotidianas do presente e os sonhos e ilusões do futuro.
    o teu texto é uma bela alusão a um passado pelo qual a maior parte das pessoas passa ou lhe relembra qlqr coisa.
    no meu entender, escreves bem e coisas bonitas miguel*

     
  • At sábado, outubro 14, 2006 1:43:00 da manhã, Blogger Göttlicher Teufel

    vida é um tormento

     
  • At sábado, outubro 21, 2006 11:54:00 da tarde, Blogger J.

    Bem, que trabalhão foi encontrar-te! Andei desaparecida e perdi-te o rasto. Efectivamente continuo a passar menos tempo na blogosfera do que o que gostaria, mas hoje foi bom reencontarte. É bom "ver-te", de vez em quando.

     
  • At terça-feira, outubro 31, 2006 8:38:00 da tarde, Blogger RealSmile

    "viver este mundo ausente".. mundo esse que já existiu, e como tudo, tem vivências boas e menos boas.. mundo esse que sempre existirá, na nossa mente, alma e coração.. um passado que se torna num presente exaustivo quando não resolvido.. permite-te sorrir, tudo vem a seu tempo *

     
  • At quarta-feira, novembro 01, 2006 3:48:00 da tarde, Blogger i.

    Camera Obscura é a minha mais recente paixão.. aquela música em particular.

    Gosto das tuas palavras bem conjugadas.

    *
    Isabel (fotolog.com/is4b3l)

     
  • At quinta-feira, novembro 02, 2006 5:54:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    volta lá.

     
  • At quarta-feira, novembro 15, 2006 2:50:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    Provavelmente o melhor post que encontrei neste fantastico blog.
    continua assim caro.

     
  • At domingo, novembro 19, 2006 8:34:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    Desculpa ter invadido o teu blog... A tua escrita é sublime. Gosto da forma simples como expões aquilo que (penso) te vai na alma!

     
  • At sábado, dezembro 02, 2006 9:08:00 da tarde, Blogger Onisa

    oi...não te conheço nem sei pelo que passaste mas já venho há uns tempos ao teu blog e adoro oq ue escreves e a maneira sincera e explicita com que o fazes...
    Só tenho pena que o tenhas deixado de fazer...volta a escrever porque pelo que vi já não sou a única a pedi-lo...fica bem

     
  • At sábado, janeiro 13, 2007 10:23:00 da tarde, Blogger -

    Volta, Miguel. Volta*

     
  • At quinta-feira, fevereiro 15, 2007 8:14:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    Vais voltar a escrever? =D Nestes ultimos tempos tenho precisado bastante de vir aqui, identifico-me muito com estes textos! Adoro a tua maneira de escrver, de te exprimires...

    David R. (desculpa a invasao, mas eu já leio este blog ha algum tempo, e agora vi a mudança de template e resolvi comentar...)

     
  • At quarta-feira, fevereiro 21, 2007 10:21:00 da tarde, Blogger RealSmile

    ena ena, de cara lavada mais ainda por detrás das cortinas :P
    we're waiting for you!
    ***

     
  • At quarta-feira, fevereiro 28, 2007 4:26:00 da tarde, Blogger moon between golden stars

    cSaudade
    É noite...


    Precisava de compreender tudo o que aconteceu, ou nada...
    Às vezes cruzamo-nos, e sinto um frio que me invade como se fosse álcool e, instantaneamente me evaporasse.
    Dá-me uma vontade louca de me embriagar de ti...


    Apetece-me acender a luz para te ver melhor, os mais ínfimos pormenores de quem tanto amo, e sempre um pouco mais.
    Permitir-me ser tão pequena para que a dor seja menor...
    Essa dor do tamanho do mundo e sempre mais um pouco, que me faz apetecer espetar agulhas debaixo das unhas, para não sentir o coração a bater angustiado e descompassado dentro de mim, sem dó (nem si bemol) ou piedade...


    Amanheceu...
    Tenho que tapar a cabeça com a almofada só para não ver o sol, ou para que ele não me veja, não me intimide, como tu tão bem o sabes fazer, inconscientemente ou não...

    Nesta casa mergulhada em silêncio tento entender, entender-te, ou se calhar entender-me, mas não o consigo, nunca o consigo...

    É um sem fim de perguntas, de respostas que nunca se encontram, nunca se encaixam ou se abraçam...

    É um sem fim de pensamentos secamente molhados em lágrimas transparentes e salgadas que saem dentro de mim...

    É um querer tão grande...dar-te tudo, dar-me sem reticências ( vírgulas ou pontos), mas que só o tempo o pode decidir...

    É amar-te tanto,

    tanto que até me dói a alma...


    como te entendo...