terça-feira, fevereiro 15, 2005
Multidão

No meio da multidão, sobrepõem-se vultos carregados de pressa. Os olhares não se cruzam por estarem demasiado ocupados com a dança dos pés. Os rostos, vincados com esperanças humedecidas por lágrimas tardias, mantém-se fiéis ao eixo imaginário que os olhos desenham num estirador apetrechado de sonhos, sonhos engendrados por mãos que se limitaram a obedecer a um sorriso, que acompanhou um pensamento ideal.
Hoje eu estou a um canto, longe da multidão.. Tenho os meus sonhos, e compartilho-os comigo mesmo, e com quem os quiser perceber. O nada que me preenche, impede-me de fintar o traço riscado no chão, por onde todos se guiam. O que me falta não me traz vergonha, trava o pulsar das veias, torno-me inerte, e aparentemente o que me devoluta é algo trivial.

Estou aparte por uns dias.

Empobreci-me.

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pelo Miguel às 9:27 da tarde | aqui |


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