Preciso de tempo. Não sei se muito, se pouco, só sei que preciso. Parece que os dias se desenrrolam com uma velocidade estonteante que eu não consigo acompanhar... Enquanto, na minha cabeça, passam memórias de tempos já idos, sou obrigado a viver uma realidade à qual não sou sensível, e na qual parece que caí vindo do nada, completamente inadaptado e alheado a uma rotina que já me foi familiar. O tempo urge, e cada dia que passa é menos um dia que tenho para saborear a vida e todos os seus prazeres. Sim, porque eu estou consciente de que a vida tem o seu lado positivo e que um dia todo este sofrimento irá, por fim, cessar. Talvez demore a chegar, esse momento pelo qual anseio, mas só me resta esperar. Enquanto isso, necessito de tempo, tempo para repor as minhas frágeis emoções, definir e consolidar sentimentos, pensar e repensar em tudo, e tempo para me habituar então a esta realidade que me é tão estranha.